Acredito que a tendência natural do ser humano é ir diminuindo a intensidade emocional, assim como a criatividade mental e a presença sensorial.
Sendo assim os primeiros amores/afetos tem uma tendência a nos afetar mais, e por nos desgastarmos e muitas vezes ferimos nesse processo relacional. Buscamos pelo caminho da preservação, os mecanismos de desfesas vão sendo instalados. E cada vez fica mais difícil ficar vulnerável a alguém e se entregar na relação. Não é que os primeiros amores foram melhores, talvez só estivemos mais indefesos, mais ingênuos, mais corajoso. O sofrimento nos faz medrosos e diminui a nossa ousadia de sentir. Importar de mais vais e tornando perigoso demais em uma sociedade que a indiferença e desapego virou cultura.
Passamos olhar o romance como ilusão e a construção do relacionamento vira apenas um funcionamento. Entramos no modo operante. E por fim escolhemos o parceiro por interesse, seja estabilidade financeira ou emocional. Preferimos o que nos trás mais conforto, ainda que nosso desejo continue nos sabotando. Nos deixando frustrados. O amor inseguro é o mais desejado e temido. Ele nos coloca no caos da impermanência e nos destrói ou amadurece . O amor seguro, ele nos constrói ou nos apodrece.
Nosso ego vai definhando por sentir já ter conquistado e vamos aos poucos deixando de valorizar o amor seguro.
Podemos aos poucos negligenciando, e perdendo algo que vemos como garantido, até ser tarde demais, e restar apenas o arrependimento.