Apatia
É o estado que experimentamos quando ferimos o tímpano da nossa alma, na tentativa de abafar os gritos do sofrimento.
É o sacrifício que ofertamos ao coração que leva junto a sensibilidade de apreciar o contraste da vida.
É um veneno sem gosto que retira a alma sem matar. Como um gás entorpecente que alivia a dor mas sufoca e leva lentamente até a morte .
Faz amadurecer os falsos sonhos até os apodrecerem, deixando nítido pelo cheiro que eram fantasias ilusórias e vazias.
Leva e nos deixa no estado de carência de si mesmo, pois passamos a não nos reconhecer em nada que vemos dentro ou fora.
Como uma nostálgica fogueira, que suas brasas ardentes já se transformaram em cinzas frias.
É o convite que chama a morte em vida, que segura um balde com água gelada e um pano .
Passando na pele como frio do inverno, que desperta a alma apegada as velha coberta suja .
E nos levanta e coloca enfrente a ela como aprendizes, nos ensina sobre os grande mistérios.
Nos apresenta nossa sombra, e ensina a língua dos demônios a qual alimentamos nas entranhas do nossos labirintos internos.
Explica como ver o verdadeiro valor das coisas, e a reconhecer a natureza delas.
Ela é o anjo que ilumina o caminho para liberdade das amarras que nos prendem ao inferno.
A qual descobrirmos sendo criado e governado por nós.
Nos eleva ao caminho do reino dos céus, e revela o amor que retira véu que esconde a eternidade.
Prova que a morte é uma expressão da vida , e a luz é a manifestação das trevas.
No inicio ela silencia a tormenta sem trazer paz, deixando no escuro e cala cada ruído que interfere percepção da sinfonia do silencio.
Por fim nos desperta para o frescor da vida que pulsa de forma serena, sabia e saborosa.
Borgeriano