Coração de Vidro

O Borgeriano
1 min readOct 3, 2019

Na beira da morte, despiu sua armadura.

Como uma caça recém abatida tendo sua tripa retirada.

Abriu, se pôs vulnerável, expondo feridas que o tempo não curou.

Revelou suas fraquezas, tormentas e conversou com os demônios que o habitavam.

Enquanto suas entranhas eram amarradas pelas mesmas mãos que durante o frio afagavam .

Em um urro áspero implorou misericórdia em desespero.

O resto de esperança o sufocou, e o afogou no vazio.

Assim como um espelho na mira de uma pedra, se estilhaçou e engoliu cada pedaço.

Ainda resistiu negando o fim não por não o desejar.

E sim pois preferia experimentar a agonia da dor, do que deixar o precioso amor.

Restou apenas um corpo sem alma.

O coração ainda pulsava, mas transportar ácido no lugar de sangue e o queimava, até que o cauterizou.

Por fim se despedaçou por inteiro, o amor persistiu mas o quebrou.

Borgeriano

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Written by O Borgeriano

Um astronauta em expedição entre mundos e vazios, buscando colecionar memórias e amadurecer a alma! #PSIC #PNL #Historias #Metaforas #Poesias #Reflexões

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