Coração de Vidro
Na beira da morte, despiu sua armadura.
Como uma caça recém abatida tendo sua tripa retirada.
Abriu, se pôs vulnerável, expondo feridas que o tempo não curou.
Revelou suas fraquezas, tormentas e conversou com os demônios que o habitavam.
Enquanto suas entranhas eram amarradas pelas mesmas mãos que durante o frio afagavam .
Em um urro áspero implorou misericórdia em desespero.
O resto de esperança o sufocou, e o afogou no vazio.
Assim como um espelho na mira de uma pedra, se estilhaçou e engoliu cada pedaço.
Ainda resistiu negando o fim não por não o desejar.
E sim pois preferia experimentar a agonia da dor, do que deixar o precioso amor.
Restou apenas um corpo sem alma.
O coração ainda pulsava, mas transportar ácido no lugar de sangue e o queimava, até que o cauterizou.
Por fim se despedaçou por inteiro, o amor persistiu mas o quebrou.
Borgeriano